3 de dezembro de 2009

Dentadura Voadora

Posted on 11:06 by Wesley N Rodrigues

Tem uma engraçada também, mas esta não aconteceu na época da faculdade. Já tinha alguns anos como profissional nas costas, quando na minha antiga empresa, fui participar de uma campanha de testes e validação de procedimentos com algumas aeronaves no interior de São Paulo, mas precisamente no município de Gavião Peixoto, próximo a Araraquara cerca de 30 km. O ano era 2004.
Bem, para quem não conhece como é desenvolvido um avião, fora as inúmeras horas de projeto, vários testes tem que ser feitos e comprovados de acordo com normas e padrões internacionais que assegurem a segurança da aeronave, antes da mesma poder voar pelas companias aéreas mundo afora. Fora os testes feitos com a própria aeronave, os procedimentos de manutenção que serão executados no avião, garantindo a sua aeronavegabilidade continuada (nome complicado não? Mas quer dizer apenas a capacidade da aeronave continuar voando), também devem ser testados para garantir que nada seja feito de maneira incorreta durante a manutenção.
Eu estava lá na época para justamente validar os procedimentos de manutenção da aeronave. Aguardávamos os aviões voarem, fazendo os testes em vôo e quando pousavam, iamos lá junto com alguns mecânicos acompanhar os problemas técnicos que foram reportados durante o vôo e fazer as manutenções de rotina, desenvolvendo os procedimentos na sua forma final. O time era eu, o Heraldo e mais uma meia dúzia de mecânicos de aeronaves. Caras bastante experiêntes.
O nosso trabalho se desenrolava no fim da tarde até o começo da madrugada. Chegavamos no hangar por volta das 15 horas, hora que maioria dos aviões haviam chegado dos ensaios em vôo e saíamos de lá por volta da 1 ou 2 da manhã. Ficamos nessa batida a semana inteira, e como iriamos embora no sábado a tarde, resolvemos, eu e o Heraldo, chegar mais cedo na sexta feira para obviamente sair mais cedo e pegar uma baladinha no Café Cancun de Araraquara.
O Café Cancun era a melhor casa noturna de Araraquara na época e para melhorar, ficava em frente ao hotel que estavamos hospedados. Facil não? Era só chegar no hotel, tomar um banho e atravessar a rua para chegarmos ao local onde a noite se desenrolaria. Me lembro que saimos do hangar aquela noite por volta da meia noite e quando foi uma da manhã, já estavamos no Café Cancun. Tenho que admitir que, como já havia ido lá outras vezes, aquela noite não estava tão interessante. Sem contar o cansaço que estávamos devido a semana inteira trabalhando em um horário que o nosso organismo não estava habituado. Mas, como já estavamos alí, não iriamos embora sem pelo menos tomar uma cervejinha e observar o ambiente, que volta e meia escondia alguém interessante.
Chegamos ao balcão do bar, onde eu e meu amigo pedimos duas cervejas bem geladas. Araraquara, para quem não conhece é um lugar bem quente e aquela era uma noite típica de calor na cidade, o que fazia a cervejinha descer redonda. Observamos que a nossa frente, estavam dois casais no mínimo, atípicos. Dois “tiozões” já na casa dos seus 60 anos, com duas mocinhas que não deviam ter nem 25 cada uma delas. Sem contar que os trajes que as mocinhas estavam usando, deixava claro que estavam lá com os “tiozões” tentando ganhar o trocadinho do aluguél. O mais engraçado era ver a música eletrônica rolando e os senhores distintos tentando dançar, mesmo com o reumatismo atacando as juntas.
Olhei para o meu amigo Heraldo e disse: “É camarada, pode até ser que aqui não vingue nada, mas pelo menos creio que iremos dar boas risadas!”. Dito e feito. Passado alguns instantes, o DJ troca a música e coloca uma salsa cubana, daquelas bem frenéticas mesmo! Coisa que um sujeito no ápice da forma física ia chegar em casa com dores no corpo após dançar aquilo... imagine os “tiozões” com o seu reumatismo?
Me recordo que as “mocinhas” estavam já sem graça de ver o bafão que os senhores estavam dando tentando dançar. Na hora da salsa, um deles se escora em uma cadeira e começa a remexer o esqueleto. O que aconteceu a seguir foi hilário: A cadeira lentamente começa a escorregar e o tiozão a cada instante ficava mais perto do chão. De repente a cadeira escorrega de uma vez e o senhor se arrebenta no piso fazendo a sua dentadura voar pelo menos uns dois metros a sua frente. Se existisse recorde olímpico pra arremesso de dentatura, garanto que meu colega ali tinha saído da balada com a medalha de ouro!
Nesta hora, quem estava no raio de alguns metros e presenciou a cena, tentava não se urinar de tanto rir. Me recordo que alguns intantes antes da cena acontecer, havia pedido a moça do bar uma outra cerveja e ela retornou com a loirinha, exatamente na hora do ocorrido. Só me lembro dela deixar a cerveja em cima do balcão e sair correndo para dentro da cozinha para dar risadas!
O mais cômico, foi ver uma das “mocinhas” que estava com eles, se abaixar pegar a “perereca” do tiozão, limpar ela na roupa e mais que prontamente enfiar na boca do coitado. Nesta hora olhei para o lado e pensei que teria que chamar uma ambulância, pois meu amigo Heraldo estava sentado no chão tendo espasmos convulsivos de tanto rir!
Olhem amigos, já passei por muita coisa nessa vida, mas tenho que confessar que estas está entre as “top 10” das mais hilárias que já presenciei...


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